Você dirige como todos os outros ou agressivamente?
12 comportamentos para se evitar no trânsito
As atitudes de agressividade ao dirigir podem ser causadoras das consequências de um acidente, resultante do desequilíbrio racional que é indispensável na concentração no ato de dirigir.
Muitos motoristas possuem temperamentos explosivos e chegam a usar o próprio veículo como instrumento para ameaçar e intimidar pedestres, outros motoristas e a sociedade como um todo.
Quando se envolvem em algum acidente, com a chegada dos policiais, mesmo ferido disparam acusações contra a ou as outras partes, alegando que ele estava no seu direito, foi fechado, "o cara ali está doido", enfim, mesmo após o acidente persiste nos erros e embrenha-se numa confusão que fatalmente o levará aos tribunais se ocorreram feridos ou óbitos.
Dirigir um veículo9, seja qual for, exige serenidade, atenção constante, controle das emoções e blindar-se contra as agressões de incautos, desligados, distraídos e maus caráter que existem aos montes na convivência do trânsito.
Revidar uma situação áspera somente vai inflamar ainda mais o cenário de conflitos que podem terminar virando noticiário de rádio ou tv.
Baseando-se na cultura Norte Americana, mais exatamente do Canadá, país que possui algumas das melhores cidades para se viver no planeta, obviamente possuem incorporadas o exercício de cidadania espontânea. Ainda assim, seres humanos têm suas fraquezas e como tal, agem com "sangue nos olhos e punhos em riste" numa arena a céu aberto resultante de alguma confusão ou pequenos acidentes no trânsito.
Em vista disso, algumas escolas de aperfeiçoamento aconselham observar 12 pontos que alimentam a discórdia no trânsito para compreender cada um deles e evitar ser o protagonista de atos insanos. Vamos a eles:
NÃO MANTER DISTÂNCIA DE SEGURANÇA DO VEÍCULO À FRENTE
Começamos pelo primeiro e mais impactante.
Sim, não manter distância do veículo à frente pode significar um grave acidente. Andar "colado" reduz seu tempo de resposta no caso de uma parada súbita do veículo à frente. Já comentei sobre as fórmulas ideais para calcular-se quais as distâncias seguras considerando o veículo, clima, visibilidade, velocidade etc.
No post anterior (Workshop para grupo diversificado - parte XII) eu fiz uma abordagem mais incisiva disso.
Em locais com curvas, aclives e declivas, chuvas, nevoeiro etc. além da redução da velocidade uma separação maior entre os veículos em seguimento aumenta a margem de segurança para uma para repentina.
GESTOS E OFENSAS PESSOAIS
O segundo comportamento, são as provocações das mais diversas modalidades. Um gesto ofensivo com o dedo, por exemplo, pode desencadear uma troca de insultos e ambos os agressores perdem a concentração no ato de dirigir e podem colidir entre eles ou terceiros totalmente alheios às questões.
EGOÍSTAS E IMPRUDENTES
No rank desses comportamentos ocupa a posição 3 aqueles motoristas que se acham donos do espaço. Não fazem nenhuma cerimônia em ocupar duas vagas no estacionamento, estacionam seus veículos em vagas exclusivas para idosos, gestantes ou PCDs. Outro exemplo nesse sentido são muitos motoristas que atravessam seus veículos na via e simplesmente descem do carro para abrir ou fechar portão como se a rua fosse extensão de sua garagem.
Não se importam com os demais!
FORÇAR A PASSAGEM NA VIA
Na quarta posição estão aqueles que forçam a posição de entrada na pista e pressionando os demais usuários. Isso é mais acentuado pelos motoristas de veículos de grande porte. Essas manobras arriscadas podem ocasionar um engavetamento ou múltiplas colisões.
Veja o que fez o motorista dessa carreta da foto acima pelo vídeo abaixo:
Não disponho de dados para avaliar esse incidente, mas certamente o motorista da carreta não manteve distância segura, pista molhada, velocidade elevada e ele percebendo que a colisão traseira seria inevitável mantendo a mesma faixa decidiu por uma manobra de malabarismo e de elevado risco. Seria muito habilidoso e de reflexos rápidos não fosse imprudente.
FAROL ALTO OFUSCANDO DEMAIS MOTORISTAS
Na posição 5 estão os motoristas que não abaixam seus faróis ao cruzar com outro veículo ou ao se aproximar de outro carro à sua frente que é ofuscado pelo facho alto nos retrovisores.
Alguns motoristas sequer conhecem aquela luz azul no painel que indica luz alta. Acendem o farol e não ligam a mínima com os demais usuários. Isso pode levar a um acidente por ofuscamento. Aquela cegueira momentânea em frações de segundo suficientes para um motorista perder a direção e colidir frontalmente, contra uma pilastra ou defensa ou sair da pista e precipitar-se em algum buraco ou vala.
MUDANÇA SÚBITA DE FAIXAS
No número 6 do rank, aqueles motoristas que cortam diversas faixas em diagonal por não terem se mentidos na faixa apropriada com antecedência. Essas manobras são de alto riscos, é uma infração de trânsito e podem ocasionar múltiplos acidentes.
Muitos estavam distraídos, não entenderam as indicações do GPS ou o pior, estavam ao celular. O correto é seguir em frente, procurar outra saída ou retornar com segurança.
NÃO FAZEM USO DAS SETAS
Posição 7, está muito conectada com a anterior. Motoristas que se esquecem de acionar as setas ou simplesmente ignoram essa obrigação legal. Dessa forma, provocam frenagens inesperadas, riscos de colisões, principalmente de motociclistas que transitam entre as faixas (corredores).
É fundamental não apenas ligar as setas, mas fazer uma observação muito ampla no ambiente à sua volta antes mesmo de acionar as setas. Se um veículo está muito próximo, principalmente motos, verificar que as setas foram acionadas podem entender que o veículo vai sair repentinamente e por isso freiam bruscamente.
O correto é observar as posições dos demais veículos pelos retrovisores e devido ao ponto cego, uma rápida olhada sobre os ombros para ter certeza de que aquele ponto não havia veículos em movimento.
Só então ligue as setas e faça as mudanças progressivamente. A antecedência é uma excelente aliada. Se for sair numa rampa de acesso à direita e à frente cerca de 1 km, antecipe-se e alcance as faixas mais à direita possível para evitar transtornos com o volume de tráfego.
USO INDISCRIMINADO DA BUZINA
Iniciando a oitava situação, são os impacientes e ensurdecedores usuários de buzinas de forma indiscriminada.
Muitas vezes numa fila de veículos aguardando no semáforo, assim que sai do vermelho para verde, o motorista atrás aciona a sua buzina demonstrando total falta de educação e cidadania, assustando os pedestres e demais motoristas e com isso cometendo uma infração de trânsito pois não se justificou o uso da buzina nesse tipo de fluxo.
É bem possível que o veículo da frente tenha o motor desligado por alguma falha no uso da embreagem, por exemplo. Seriam apenas alguns segundos para religar o motor e colocar o veículo em movimento. Mas, o apressado e impaciente aciona prolongadamente a buzina, gesticula e insulta o outro condutor.
Não são raros os casos que de fato o motorista da frente esteja cometendo uma infração ao usar e manusear um celular, mas isso não justifica a rebeldia gratuita. Em última análise, após em tempo razoável, vale um leve toque na buzina para despertar o outro motorista.
O uso da buzina é regulado pelo CTB e vale lembrar que buzinar sem motivo de real risco de acidente é infração de trânsito. Da mesma forma aquela buzinada para chamar uma pessoa em casa. A poluição sonora é um dos fatores causadores do estresse urbano. Evite ao máximo fazer uso da buzina, exceto em emergências reais.
Muitos motoristas de caminhões e ônibus fazem uso da buzina de rodovias nos centros urbanos. Esses veículos normalmente possuem dois tipos: uma de uso urbano, menos estridente e outra que mais parece uma sirene, restrita para uso nas rodovias.
ESTACIONAR EM FILA DUPLA
Na posição 9, figura o estacionamento em fila dupla. Os infratores sempre terão uma pronta explicação: estava com muita pressa, era só uma caixa para descarregar, um minutinho só, a passageira do carro de aplicativo estava com pressa, nessa rua nunca há vagas etc. Assim, cada qual defendendo seu juízo cometem esse tipo de infração e contribuem para grandes conflitos na fluidez do trânsito.
A segurança nesses casos fica comprometida porque os veículos devem se afunilar na via devido ao gargalo do estacionamento irregular.
Sem dúvida isso é uma infração, mas acima de tudo é uma péssima demonstração da falta de respeito com a cidadania que abala a qualidade de vida na sociedade.
DESRESPEITAR O SEMÁFORO
Na 10ª posição dos comportamentos estão os desrespeitos à sinalização semafórica.
Será que sigo ou paro no amarelo? Muitos motoristas ficam em dúvida sobre isso. Afinal, como saber se sigo adiante ou paro. Se parar rapidamente o veículo de trás pode bater na traseira...
Nesses casos existem duas avaliações e a primeira delas está afeta à questão da distância que o carro de trás está. Se estiver "colado" ao carro da frente a possibilidade de uma colisão traseira é grande.
Por outro lado, se avançar simplesmente o semáforo poderá abrir para a transversal e ocorrer uma colisão.
Um motorista previdente deve ter em mente a condicionante SE. Se o carro está colado atrás, logicamente uma parada brusca será um acidente. Dificilmente o veículo de trás conseguirá parar totalmente antes de colidir. Nesse caso, o mais correto é não deixar que alguém ande muito próximo de sua posição. Deixe-o passar e siga com mais segurança. Se não for possível que ele o ultrapasse, reduza bem antes do semáforo gradativamente. Assim, se o semáforo mudar para amarelo a sua frenagem será lenta e sem riscos.
Tecnicamente, os semáforos são regulados com temporizadores conforme a velocidade da via. Numa via local, as fases de verde para amarelo e vermelho ocorrem mais rapidamente que numa via de trânsito rápido. Esses tempos são cronometrados e ajustados com as faixas contínuas que vão até a faixa de retenção antes da passagem dos pedestres.
Se um veículo seguindo na velocidade da via (nem mais nem menos) e o semáforo mudar para amarelo quando o veículo ainda não alcançou a faixa contínua, deve então parar antes do semáforo porque com certeza ele vai entrar no vermelho.
Por outro lado, se ele já estiver no trecho da faixa contínua, continua a marcha normalmente que o semáforo mudará para vermelho somente após a passagem do veículo em mais da metade do cruzamento, praticamente no lado oposto.
Essas regras técnicas exigem elevada atenção porque alguém muito apressado e de olho no semáforo da outra via poderá arrancar seu veículo ainda no vermelho (para ele) pensando que todos vão parar instantaneamente. Daí ocorrer uma colisão seria muito provável.
Veja no desenho abaixo. O carro amarelo já está dentro do trecho com faixa contínua e o carro branco ainda não atingiu. Dessa forma, apenas o amarelo poderia continuar mesmo com o semáforo amarelo, desde que na velocidade da via. O carro branco tem de parar porque não haverá tempo hábil de ultrapassar o cruzamento sem avançar o sinal vermelho.
Para concluir, qualquer cruzamento sempre é crítico. Toda atenção é necessária, inclusive dirigindo preventivamente contra possíveis infratores ou distraídos ao seu lado, de frente, atrás e dos lados.
DEVAGAR QUASE PARANDO...
No penúltimo item comportamental, o assunto é referente aos condutores que se esquecem da vida e dirigem "devagar, quase parando". Além de transitarem numa velocidade muito reduzida, ainda ocupam as faixas destinadas aos veículos de maiores velocidade.
Podem estar distraídos, procurando endereço, conversando cm passageiros ou ainda mais sério, falando ao celular.
A Lei deixa claro que é infração de trânsito trafegar com velocidade inferior à metade da máxima. Ou seja, se o local é de 60 km/h, o mínimo permitido é 30 km/h, claro salvo as exceções de congestionamentos, defeitos ou buracos na via, orientações de Agentes de Trânsito ou motivos de força maior.
Qualquer impedimento ao fluxo normal do trânsito sempre é um risco devido a necessidade de mudança de faixas.
Concluímos com o tema
COSTUREIROS NO TRÂNSITO
Aqueles motoristas que parecem abelhas que trocam de faixas desnecessariamente pensando que poderá ganhar alguns metros a mais se sair de uma faixa para outra constantemente.
Esse comportamento é muito observado por europeus e norte americanos que visitam o Brasil e acham estranho esse tipo de disputa por um espaço. Dirigir dessa forma apenas aumenta o estresse e os riscos de algum acidente.
Pode parecer ultrapassado dizer que a pressa não contribui para a perfeição. Então, de fato programar seu itinerário e antecipar-se no deslocamento é muito mais saudável e seguro.
O trânsito é uma espécie de palco onde a sociedade demonstra como atua em seus papéis. Quem serpenteia desmedidamente no trânsito muitas vezes olha sem entender um carro x de um pacato cidadão ou cidadã que ele deixou para trás, tentando cortar a frente de outros carros. Ele não percebeu que foi ultrapassado por quem manteve sua trajetória sem estresse.
Por falar em ganhar vantagem sobre os outros, ainda existem aqueles que fazem dos acostamentos sua pista particular para avançarem distâncias à frente dos demais que respeitaram o fluxo dentro da Lei. Um péssimo exemplo para as crianças que podem perguntar aos pais: porque você não vai também?
Qual seria a sua resposta? Nem imagino supor que você leitor seja questionado por uma criança por transitar no acostamento. Claro, isso você jamais faria!!!
Até o próximo Post.
Obrigado pela leitura
Thyrso Guilarducci
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