23 - Colisões & Prevenções - Logística em evidência
Na reta final da série, nesta 23ª etapa o tema aborda um pouco mais sobre as colisões frontais, como disse anteriormente, um gravíssimo acidente que normalmente resulta em vítimas fatais.
Ninguém em seu juízo perfeito gostaria de experimentar uma colisão, muito menos do tipo frontal. Infelizmente nem sempre temos pleno domínio da situação e as circunstâncias podem nos levar à uma situação extrema na qual alguns fatores podem minimizar ou até evitar esse nefasto episódio.
O primeiro e mais importante é a regra de ouro:
Dirigir sempre com extrema atenção ao cenário do trânsito!
Essa atitude da atenção constante, focada na atividade pode ser a melhor de todas as manobras defensivas necessárias para evitar-se o envolvimento numa colisão. Por exemplo, dirigindo numa rodovia de pista simples, o motorista observa que à sua frente uma carreta em sentido oposto está sendo ultrapassada por outro veículo porém lentamente.
Nesse caso a redução da velocidade permitirá ao veículo que ultrapassou a carreta concluir a ultrapassagem e retornar ao lado direito dele. Ele foi imprudente, foi infrator, sem dúvida mas não justifica apertar a velocidade para intimidá-lo.
É lamentável mas os impacientes existem aos montes nas rodovias e são os causadores de graves acidentes.
Outra situação é quando não haverá tempo nem espaço para evitar uma colisão. O acidente poderá ocorrer se não tomar uma providência imediata:
Essas medidas podem significar a evasão e manobras que evitariam um acidente grave!
Mais uma vez, o tempo da reação é primordial e para isso, a atenção já deveria estar em foco!
O que significa realinhar o veículo?
Dos males os menores! Realinhar a frente do veículo para que não colida frontalmente com outro veículo é um relativo abatimento das consequências. Mesmo que a manobra resulte em colisão a algum ponto fixo menos resistente como placas, muretas ou ainda descer um barranco, mesmo com um possível tombamento as chances de se sair ileso do acidente são maiores.
Mesmo que numa colisão frontal o veículo pesado e seus ocupantes possam ser menos impactados, sendo o outro um veículo pequeno fatalmente será destruído e todos os ocupantes provavelmente mortos pelos impactos e provável incêndio.
Isso é uma questão humanitária. Não importa nesse momento fazer valer a presunção da culpabilidade alheia. SALVE AS VIDAS, depois as questões jurídicas serão de um modo ou de outro equacionadas sem nenhum ATESTADO DE ÓBITO. Pelo menos dentro das probabilidades!
Carregar os sentimentos de que uma família ou ainda que seja apenas uma pessoa a vítima fatal de um acidente, mesmo que não seja a culpa do condutor, havendo como evitar ou atenuar os impactos, poderá ser definitivamente um estado depressivo, uma culpabilidade interior para ser tratada com a psicologia e especialistas em neurologia.
Além do aspecto físico psíquico, testemunhas podem relatar que o condutor do veículo pesado poderia ter desviado mas não o faz! Isso vai alimentar um contencioso jurídico pelos familiares da(s) vítima(s) pela imperícia e ato cruel de desumanidade perante o Código Penal.
LOGÍSTICA
Palavra que cresceu muito nas últimas décadas e ainda mais em 2020 e 2021 em tempos da pandemia da Covid19. A aplicação das vertentes básicas na logística é também uma decisão que contribui para a redução dos riscos na mobilidade urbana, em especial com veículos pesados.
Ao se estudar uma rota mais favorável para um percurso de veículo com grande porte, as escolhas por rotas alternativas que evitem altos adensamentos de pessoas e veículos significam menores riscos e estresses, além das questões das restrições de tráfego que as autoridades aplicam.
Quando for inevitável, a fórmula básica está no planejamento logístico para horários, permissões, dificuldades para manobras, vias com vegetações baixas, rede de fios etc.
A falta de planejamento pode resultar em confusão no trânsito, danos à passeios e calçadas, sinalizações, desgastes e danos no veículo além das complicações com os Agentes de Trânsito que podem autuar por algum tipo de infração.
Outro aspecto é a imagem de uma empresa que pode ser alvo de exploração negativa.
Dirigir uma carreta ou veículo pesado exige muita atenção! Uma simples precaução pode evitar "travar" no trânsito. Na imagem abaixo uma dica simples que nem todos os motoristas praticam e forçam quem está em sentido oposto a desviar, efetuar marcha ré e invadir pistas opostas. Os "buzinaços" logo surgem!
Será que passa?
Quem não planeja o itinerário pode se surpreender ou pior, não conhecer antecipadamente qual a altura total de seu veículo antes de passar sob um viaduto ou outro tipo de limitação!
As caçambas basculantes. Um capítulo à parte!
Esse tipo de veículo possui um complicador adicional. Além dos cuidados costumeiros à direção, deve ser prestada a máxima atenção com o implemento instalado.
A caçamba basculante é uma solução excepcional para facilitar a descarga de materiais a granel, não restam dúvidas. O que nem todos conhecem é que ao operar esse veículo nas descargas podem ocorrer acidentes graves até mesmo com o veículo parado.
Ocorre que a elevação da caçamba provoca também a elevação do CG Centro de Gravidade. Com isso, a instabilidade é drasticamente aumentada. Se o veículo estiver estacionado num terreno com inclinação lateral, à medida em que a caçamba se eleva menor se torna a estabilidade e o risco de um tombamento é muito provável.
Outro fator que deve ser levado em conta trata-se do terreno. Ao levantar a caçamba, o peso da carga concentra-se mais sobre o(s) eixo(s) traseiro. Se o terreno ou pavimento não for resistente, ocorrerá um afundamento e com isso a inclinação do veículo. Daí para um tombamento é muito fácil.
O assunto das caçambas basculantes merece uma publicação exclusiva, coisa que farei após a conclusão da série Mestres em Comando.
Quanto às alturas (gabaritos de pontes e viadutos) é um fator de muita relevância. Veículos muito altos, tais como carretas cegonhas, baús, ônibus double deck, cargas excedentes, seus motoristas devem estar cientes da altura total para evitar uma colisão.
Por regra todos as obras de artes (viadutos, pontes, pontilhões, passarelas) devem exibir a sinalização da altura. Se ocorrer de não existir a indicação, não arriscar se não tiver certeza da possibilidade de passar sem causar choque. Para isso a ajuda de alguém capacitado, um agente de trânsito ou meios seguros como uma vara de medição que possa comprovar se passa ou não.
Uma colisão à uma passarela ou viaduto pode resultar em sérios problemas!
Concluímos esse post por aqui. Recomendo uma boa reflexão das ações aqui comentadas sempre visando uma operação segura e livre de acidentes.
Aproveito para agradecer a Debora Sentoma, Educadora na cidade de Três Corações, Minas Gerais, pela gentil mensagem referente ao MAIO AMARELO pela preservação das vidas!
Boa leitura!
Thyrso Guilarducci
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