23 - Socioeconomia e Geopolítica
Na 23ª etapa das publicações dos resumos das disciplinas acadêmicas que integram a grade curricular do Curso Superior de Segurança no Trânsito abordaremos a Socioeconomia e Geopolítica.
Em uma análise dividida em três módulos, os temas ligados à essa importante abordagem social e econômica serão dispostos na seguinte ordem:
1 - A Dimensão Geográfica e o Envolvimento Humano
2 - A Economia e Cenário Político no Mundo
3 - Produção e Consumo em Evidência
Crédito: Pixabay
Na transição secular atual o mundo experimentou uma transformação exponencial devida às conquistas científicas e tecnológicas em velocidades inimagináveis até então. Fenômenos como globalização e internet avançaram juntos numa cadeia de desenvolvimentos que permitiram alcançar estágios produtivos em todos os seguimentos das necessidades humanas.
Nem tudo foram considerados sucessos absolutos devido às pressões por demandas que colocaram a figura humana subjetivamente nos planos de sustentabilidade e um expressivo aumento das taxas de desemprego no mundo pela extinção de muitos cargos que ficaram obsoletos.
Jovens estudantes de hoje preparam-se para um futuro no qual sequer existam ainda uma posição de trabalho. As novas gerações provavelmente serão especialistas em metas e desafios desconhecidos totalmente no presente e se um adolescente já hesitava em planejar seu futuro profissional e de carreira, agora ainda mais intensa a obscuridade prevalece na mente desses estudiosos de agora que serão uma incógnita nos seus chips funcionais em substituição às surradas carteiras de trabalho.
Entender a Socioeconomia e Geopolítica vem ao encontro dos entendimentos informais que um professor comentou no ato da minha matrícula que eu me preparasse para um "X Tudo" porque o Trânsito e a Segurança seria um estudo de A a Z e eu não entenderia a motivação de misturar Marx com Lula, mas abracei esse mistério. O Professor tinha razões sim!
Comentando a disciplina:
1 - A Dimensão Geográfica e o Envolvimento Humano
Nesse módulo os entendimentos sobre a ocupação do homem no espaço geográfico como dominação de propósitos a rigor produtivos, mas com resultados nem sempre exclusivos como o poder e imposição de soberania na formação das divisas territoriais, mesmo dentro de uma nação. Nascem disso as guerras e revoluções desde os tempos medievais.
A Formação Econômica e Social possui muitas e quase infinitas teorias que foram defendidas por Marx, Lênin, passando pela Revolução Industrial, entre outras menos famosas. As dominações territoriais não se limitaram em estabelecer cercas e muros nos domínios, mas as transformações extrativistas que criaram mudanças geológicas como represamento e mudança de cursos de águas naturais, plataformas sobre os oceanos, diques, túneis, devastações imensas de florestas nativas e tudo sem a consciência da preservação com os manejos sustentados que atualmente dominam as principais evidências de governança no planeta, ou quase!
Não existe um só país que não necessite de um segundo, terceiro ou N nações para sua subsistência. A Balança Comercial nem sempre possui equilíbrio e muitos países potencialmente detentores dos maiores PIB pressionam acordos desiguais como a troca de commodities por produtos acabados não primariamente necessários.
Por exemplo, o Brasil nos anos 60 recebia "doações" de leite em pó norte americano com rótulos do Tio Sam que destinados às escolas públicas para merendas no Estado de SP. Esses excedentes americanos tinham validades suspeitas de vencimento mas a indústria automotiva americana como General Motors, Ford, Chrysler, International Harvester e de outros seguimentos como a GE, inauguravam ou aumentavam suas plantas "Made in Brazil" na era Kennedy e Juscelino.
Outro fator de estudo nesse módulo são as aglomerações humanas nas regiões metropolitanas das principais capitais como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília que cornurbou com as cidades satélites como Sobradinho, Gama, Santa Maria, Planaltina etc. com o Distrito Federal numa única massa e quebrando o projeto inicial de urbanização.
As moradias nesses centros altamente adensados tornaram-se impraticáveis à uma grande parcela da população pelos valores explosivos e a consequência foi a proliferação das favelas, moradores de ruas e sem tetos à um passo da miséria e criminalidades.
Não apenas o Brasil viveu e vive esse flagelo habitacional e social. A Índia tradicionalmente é detentora de uma péssima qualidade de vida com cidades sem a menor taxa de saneamento. Presos por embaraços culturais e religiosos, amargam populações na casa de bilhão.
Para quem imagina os Estados Unidos como a Meca do consumo e paraíso para a vida eterna pode se decepcionar. A realidade dos últimos tempos transformou a vida de muitos americanos em caos. O Estado da California, famoso pelo glamour de Hollyhood, Beverly Hills, em Los Angeles, a imponente São Francisco com a majestosa ponte Golden Gate e muitas mais referências daquele estado, hoje amargam com uma população afetada economicamente por medidas adotadas com elevação do imposto de renda estadual e desempregos com custo de vida altíssimo.
Andar a pé pelas ruas de Los Angeles, principalmente no bairro de Skid Row não é uma experiência das melhores. O enorme bairro a cerca de dois km do centro da cidade foi totalmente tomado pelos sem teto, imigrantes ilegais numa cracolândia semelhante ao modelo paulista porém muito maior que a de São Paulo. Barracas plásticas nas calçadas, sujeira de fezes espalhadas pelas ruas e passeios infestam de odores e riscos de contaminação cidades como Los Angeles, Sacramento, São Francisco, Oakland entre outras.
Na imagem abaixo apenas uma das ruas de Skid Row, Los Angeles.
Crédito: KTLA / USA
Muitos moradores da Califórnia tentam a vida em estados vizinhos ou próximos como Arizona, Nevada e Texas onde os empregos e custo de vida são mais atrativos. Isso vem gerando descontentamentos pelas migrações internas nesses estados receptores.
Esse retrato socioeconômico dos Estados Unidos é um contraponto de um sistema de geoeconomia política equivocada que transformou-se num dos grandes desafios para o Presidente Biden enfrentar.
Enfim, estou apenas resumindo todo o estudo que essa disciplina aborda. Questões como a crise ecológica, ecossistemas abalados desde as calotas polares até as florestas africanas e amazônicas são o pico de grandes icebergs ocultos para um mundo mais sustentável.
2 - A Economia e Cenário Político no Mundo
Nessa fase são entendidos os Sistemas Internacionais que tiveram maior desenvolvimento a partir do ciclo das Grandes Navegações. O Estado Nação, intensificado pela "Paz de Westphalia" (Conjunto de Tratados que puseram fim na Guerra dos 30 anos no Século XV) dando soberania às Nações.
Estuda-se a influência das duas grandes guerras mundiais e antes disso o capitalismo Europeu que baseou o núcleo econômico que perdura até nos tempos atuais, embora menos intenso com o crescimento Norte Americano e Asiático no contraponto.
As estruturas organizacionais como a ONU que deram impulso à solidez da maioria das nações através dos programas específicos como alimentos, educação, paz, saúde etc.
Um elemento notável no cenário sócio econômico mundial foi afeto à Guerra Fria entre os Estados unidos e a Rússia com os respectivos aliados. Esses dois blocos disputavam hegemonias antagônicas pelo liberalismo e socialismo nas vertentes econômicas e sociais. Somente após a abertura da então República Soviética é que a economia em ambos os lados tomou uma forma mais sintonizada com as demandas necessárias pela evolução humana.
Associações mundiais foram e ainda são fundamentais para o equilíbrio no planeta, como a ICAO na aviação comercial mundial sob controle da ONU, FMI, o Banco Mundial, UNESCO etc. A OTAN como mediadora dos termos de paz!
3 - Produção e Consumo em Evidência
A Dialética de Marx, entre amor e ódio, influenciaram e ainda hoje persiste na visão das Nações entre o equilíbrio da produção e do consumo. Um campo da sociologia moderna do Ocidente que mesmo em choque cultural com os padrões asiáticos, superam-se para aproximação dos acordos comerciais entre continentes.
Nesse módulo são estudadas as desigualdades sociais e as origens das riquezas e pobrezas em seus estados conflitantes. O trabalho, emprego. desemprego e oportunidades de mão de obra (braçal ou intelectual) como modelos que alavancam a economia substancialmente.
A desigualdade social que impera no Brasil com efeitos na economia, política e social. Para formar uma ideia do que isso significa, o Portal Brasil de Fato (link abaixo) divulgou a pesquisa da Revista Forbes que um seleto grupo de bilionários com 2.775 pessoas formam um patrimônio de 13,1 trilhões de dólares, equivalentes a aproximadamente 73 e meio trilhões de Reais. Isso está em torno de dez vezes mais que o PIB do Brasil.
(https://www.brasildefato.com.br/2021/04/06/enquanto-fome-avanca-numero-de-bilionarios-cresce-no-brasil-e-seu-patrimonio-dobra
O desequilíbrio não é motivo para tornar menos ricos os poderosos mega bilionários, mas reduzir o déficit dos menos favorecidos com uma justiça social mais sólida.
Um outro aspecto estudado foi o consumo desenfreado e entendido como patologia denominada oniomania que já é listada como frequentes nos consultórios de psicólogos e psiquiatras pelos transtornos gerados.
O que é a oniomania?
Preocupação excessiva, perda de controle sobre o ato de comprar; aumento progressivo do volume de compras; tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras; comprar para lidar com angústias ou outra emoção negativa; mentiras para encobrir o descontrole com compras; prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar; problemas financeiros causados por compras. Essas são as principais características de indivíduos que apresentam o transtorno de compra compulsiva – a chamada oniomania, palavra derivada dos termos gregos oné (a compra, a aquisição) e manía (a insânia, a fúria).
Concluo afirmando que essa disciplina também foi muito envolvente pela profundidade dos assuntos estudados e pesquisados. Realmente muito consistente.
Agradeço pela leitura!
A partir deste mês (junho de 2021) as colaborações de mensagens como eram no "Maio Amarelo" serão mantidas porém com o novo layout abaixo.
Desde já agradeço ao pessoal da Saúde ou da Educação pelas sugestões de frases a enviar e que já foram publicadas.
Thyrso Guilarducci
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